Maria Filó Blog | Dicas e Inspirações de Moda
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Moda, um exercício de autoconhecimento

Abaixo a monotonia e o tédio: esse é o lema da autêntica Luciana Novis na hora de se vestir, momento mais prazeroso do dia para a stylist, que enxerga na moda uma forma de deixar a vida mais alegre e divertida. Com uma infinita cartela cromática e combinações inusitadas, ela mostra toda a sua irreverência em visuais para lá de criativos.

Como Luciana aprendeu a arte da composição a serviço da harmonia? A avó, sem dúvida, foi uma grande fonte de inspiração, além da musa multicolorida Iris Apfel e da excêntrica Diana Vreeland. Hoje ela passa seu olhar apurado para a filhota Antonia, de 8 anos, que apesar da idade não é boba nem nada quando o assunto é originalidade na moda.

Mãe também da recém-nascida Felipa, a stylist conta aqui como foi a aventura de se vestir durante a gravidez e revela quais são seus artifícios, além dos looks, para deixar os dias mais prazerosos.

E fica aqui a dica dessa talentosa criativa: moda é autoconhecimento, então seja você mesma e divirta-se!

Para começar, conta um pouco sobre sua trajetória profissional.
Minha trajetória profissional é um pot-pourri de experiências (risos). Comecei cursando medicina por causa da minha paixão por ciências, por cuidar e estar em contato com as pessoas. Foram 4 anos de faculdade até o momento em que comecei a me sentir fragilizada demais com o sofrimento das doenças e perceber que me dava mais prazer criar looks para o plantão do que estudar as patologias (risos). Foi então que percebi que era hora de mudar. Sem avisar nada aos meus pais, tranquei a faculdade e imediatamente ingressei no curso de jornalismo, me especializando em moda com o curso da Iesa Rodrigues. Assim atendi às 3 paixões que sempre foram presentes na minha vida: ler, escrever e brincar de me vestir. A partir daí, nunca mais parei. Fundei com minha turma um jornal mensal, o “Moda Agora”, para o qual cobríamos as semanas de moda e os principais eventos e novidades da área, fiz freelas de figurino, trabalhei em assessoria de imprensa e no marketing de marcas de moda. Depois de 13 anos, me senti completa para seguir com meu próprio negócio. Há 3 anos, escolhi meu hobby como profissão, fiz alguns trabalhos para revista de moda e comecei a prestar consultoria criativa para marcas.

Como surgiu seu interesse pela moda?
Sempre fui bastante conectada com moda e estética, desde muito criança. Quando era pequena, minha avó tinha em casa um atelier de roupas feitas sob medida. Adorava observá-la ajudando as clientes, desenhando as roupas. Aproveitava os restos de retalhos para vestir minhas bonecas. Minha avó sempre foi e é até hoje uma mulher muito elegante e inspiradora.

Qual é o papel da moda na sua vida e no mundo?
Adoro uma frase que diz que “a moda é a mais inebriante libertação da futilidade que existe”. Moda é arte, uma forma de deixar a vida mais alegre. Quando você se sente bem com uma roupa, se sente bem com você mesma, se relaciona com o mundo e com as pessoas de maneira mais leve e saudável. Sem dúvida o ritual diário de me vestir é uma das ações mais prazerosas do meu dia inteiro.

E no mundo?
Além da sua grande importância em contar a história do comportamento das civilizações ao longo dos anos, é também de movimentar a economia e gerar empregos. E atualmente as pessoas mudaram a forma de consumir e estão cada vez mais conscientes dos impactos do consumismo em suas vidas e no planeta.

Qual é o maior desafio na sua profissão de stylist?
Acredito que para produzir imagens fortes e de impacto, o styling deve ser pensado para além da roupa em si. Tem que haver uma sinergia entre a luz, o cenário, o acting e a roupa. Essa é a combinação de fatores que faz a coisa acontecer. É fundamental estar sempre conectado e saber se reinventar. Um bom trabalho para mim é aquele que consegue produzir uma imagem forte e impactante potencializando as qualidades do cliente e trazendo o que ele tem de melhor.

Qual dica você dá para uma pessoa que quer trabalhar com moda?
Tenha muito, mas muito amor pelo ofício. Muitas vezes as pessoas têm uma ideia glamourizada da moda, que de glamour não tem nada. É uma profissão difícil, exige talento, muita dedicação e persistência.

Como foi a aventura de se vestir durante a gravidez? Tem dicas?
Foi superbacana porque pude aproveitar meu guarda-roupa e com um styling esperto adaptá-lo às várias fases da gravidez sem ter que comprar uma peça nova. Só investi mesmo em acessórios que a gente não pega bode e acaba usando depois.

Sua filha já é uma pequena estilosa. Vocês escolhem as roupas dela juntas?
A Antonia tem uma personalidade forte e sempre gostou da brincadeira de se vestir, isso foi uma coisa que uniu a gente. Hoje em dia ela escolhe as próprias roupas, vira e mexe inventa uma forma nova de usar alguma peça, outro dia fez uma bolsa de papel (risos). Mas a gente sempre troca ideia. E eu adoro pedir a opinião dela. Apesar de pequena, ela tem um olhar superesperto.

Quais são suas principais inspirações estéticas?
São tantas… Diana Vreeland, Iris Apfel e a minha avó certamente são mulheres inspiradoras. A referência estética está dentro da gente, ter um olhar treinado e ficar sempre atento ao que está acontecendo transforma os pequenos detalhes em fonte de inspiração.

Estilo: você tem ou não tem ou você pode encontrar o seu?
Estilo tem a ver com autoconhecimento, em você conhecer seu corpo e sua essência, saber o que te veste bem e o que traduz sua personalidade. Algumas pessoas seguem “modas” e às vezes forçam a barra para usar algo que não sintoniza com elas. Não é verdadeiro, não funciona. É totalmente possível encontrar o próprio estilo, basta querer se conhecer profundamente e não seguir modismos. Se vestir é uma forma de se comunicar com o mundo e quando você conhece tanto seu corpo quanto sua essência, essa comunicação flui de forma harmônica, você emite para o mundo o que você é de verdade.

Falando nisso, você sempre teve esse estilo autêntico? Como foi esse processo?Sempre tive uma coisa muito instintiva de gostar de me vestir, de combinar cores, formas e estampas, de criar maneiras novas de usar as roupas. Quando criança, usava bota ortopédica e a incorporava ao look com a maior naturalidade, isso nunca fez com que eu perdesse a minha autenticidade. Mas “peguei um bode” de botas de uma maneira geral (risos). Passei por várias fases também na adolescência, mas sempre tive muito a minha marca registrada. Com o tempo o estilo vai se aprimorando, amadurecendo, sem perder a sua assinatura.

Tem dias que você acorda básica?
Nunca aconteceu! (Risos). Me vestir é um prazer, um hobby que precisa ser leve e divertido, ainda que esteja de jeans e t-shirt branca, tem sempre que ter um acessório ou algum truque de styling para “perturbar” a monotonia de um look básico. A única coisa que prezo acima de tudo é que o caos criativo seja harmônico. A combinação de coisas que a princípio não se combinam tem que fazer sentido no final.

O que mais você faz para deixar a vida mais divertida?
Tento sempre fazer com que a minha rotina seja prazerosa mesmo com as chatices que fazem parte do dia a dia. E exercito bastante não me levar tão a sério. Rir de mim mesma e aceitar meus defeitos faz tudo ficar mais fácil.

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MARIA FILÓ © 2024 Todos os direitos reservados.