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Como lidar com a síndrome da impostora

Estamos vivendo uma realidade completamente nova e que requer várias adaptações. Isso inclui rever rotinas de trabalho, pausas. O modo #stayhome exige que a gente se cuide o máximo possível, tanto do corpo quanto da mente. O cuidado com nosso psicológico deve ser ainda mais presente.

Nosso assunto é a síndrome da impostora. Ela atinge muito as mulheres e merece toda atenção, inclusive na quarentena. Para explicar um pouco sobre o que é e como lidar com a questão, convidamos a psicóloga Andressa Pelissari.

Questionamentos

 

 

Você já postou uma foto nas redes sociais, olhou bem para ela, e se fez a seguinte afirmação: “esta não sou eu de verdade”? Já contou sobre algo que você realizou a uma nova pessoa que apareceu em sua vida e, depois, se deu conta de que você nem é tudo aquilo que falou?

Já se dedicou durante horas, colocou toda a sua energia e seu conhecimento naquele projeto e, quando o entregou, percebeu que não tinha competência para fazer aquilo? Ou ainda que o trabalho dos outros estava muito melhor que o seu?

Tem também aquele momento em que você recebeu um elogio, um prêmio, uma promoção no trabalho ou um título por algo que fez, por sua competência, e se deparou com o pensamento: eu sou uma impostora, pois não sou boa o suficiente para tudo isso.

O que é a síndrome da impostora?

 

 

A síndrome da impostora é um sintoma que se manifesta quando subestimamos as nossas habilidades e inferiorizamos de forma ilusória as nossas capacidades. Acreditando que somos uma farsa em tudo o que fazemos. Com isso, valorizamos a performance dos outros, incapacitando, assim, as nossas ações. O que leva a uma constante frustração e desprazer pela vida e por nossas conquistas.

O pior acontece quando acreditamos que todo o sucesso que conquistamos é fruto de uma enganação da nossa parte. Elas aconteceram por sorte, indicação, alguém que ajudou e oportunidades do acaso. Desvalidamos a nós mesmos e julgamos que outros nos aceitam por algo irreal e não por quem verdadeiramente somos.

Se você pesquisar sobre essa síndrome encontrará diversos relatos de pessoas fantásticas como Michelle Obama, Kate Winslet e uma enxurrada de profissionais capacitados e inspiradores que, em certos momentos, se sentiram (e ainda se sentem) como impostores naquilo que fazem.

As possíveis causas

Todos os sintomas dessa síndrome são manifestações de um problema ainda maior, ou seja, da somatória da exigência social da perfeição, de relações familiares e modelos de criação de filhos, da cobrança do sucesso, da alta performance e das vidas perfeitas compartilhadas nas mídias sociais. Enfim, o resultado dessa conta são pessoas extremamente críticas e intolerantes consigo mesmas e com suas falhas.

Para completar todo esse quadro, a exigência externa reduz a capacidade de motivação interna que, consequentemente, diminui a autoestima e o valor próprio. Logo, a vontade de se empoderar e de ir atrás daquilo que acreditamos ser um benefício fica estagnada.

Para sanar essa dor de se ver como uma impostora, tentamos suprir com mais conhecimento, mais esforço, mais dedicação. Em alguns casos, ocorre até mesmo o abandono do que já foi construído e uma fuga de sonhos e objetivos. Em ambos os casos, o resultado é a frustração.

A síndrome e a quarentena

 

 

Estamos passando por um momento complexo, algo além da nossa capacidade de escolha. Esse momento nos forçou a tomar medidas extremas. Pelo acesso a um número alto de notícias, consumimos muita informação, sejam elas verídicas ou não. Elas nos colocaram em uma posição de muita angústia frente ao que virá e, com isso, nos restou a competição pelo melhor compartilhamento da quarentena nas redes sociais.

Fotos de receitas saudáveis ou não, seriados e filmes, exercícios físicos em casa e lives. Mais exercício físico em casa só que desta vez acompanhando a live. Cursos, livros, home office perfeito, mais cursos. E, infelizmente, a sensação de qualquer ser humano que não escolheu e sim foi obrigado a estar de quarentena é: incapacidade.

Neste momento de incertezas, não existe saúde física e mental que aguente fazer tudo aquilo a que somos convidados pelas redes sociais. Como consequência, essa realidade fortalece internamente a crença de que somos impostoras.

Como lidar com a síndrome

Existem alguns antídotos comportamentais para lidarmos com a Síndrome da Impostora. O interessante desses comportamentos é que podem se tornar habilidades com a prática, podendo utilizá-los toda vez que a nossa mente tentar diminuir nosso potencial, classificando-nos como impostoras.

Autocompaixão

A primeira habilidade é a autocompaixão, que é a capacidade de nos apoiarmos frente às dificuldades, sendo bondosas conosco. Fornecendo assim o amor e o carinho que precisamos, mesmo nos momentos mais difíceis.

Gosto muito de utilizar a seguinte frase quando me sinto incapaz: “Mesmo eu me se sentindo incapaz, eu me aceito profunda e completamente como sou”. Repito esta frase diversas vezes até que o sentimento de angústia que a situação inicial gerou se acalme.

Você pode substituir a palavra “incapaz” por qualquer outro sentimento que você esteja sentindo, por exemplo: “Mesmo eu estando com muita raiva, eu me aceito profunda e completamente como sou”.

Tolerância

A segunda habilidade é a tolerância, não apenas no sentido de suportar. Mas também no de incluir os aspectos positivos e negativos, acolher tanto as dores quanto os aprendizados.

Dessa forma, buscamos entender o sofrimento para que possamos nos aceitar mesmo com todas as falhas, inadequações e imperfeições. Somos seres em constante evolução e não uma obra acabada, permitindo-se, assim, aprender com tudo que nos acontece.

Lembrança positiva

A terceira é a prática da lembrança positiva. Ela é um convite para nos recordarmos de tudo que já conquistamos no passado. Isso inclui as crises que já superamos e os desafios nos quais tivemos sucesso.

O objetivo é o de que essa memória enfraqueça as dúvidas que se instalaram a respeito do nosso potencial. Uma ideia é fazer uma lista real de todos esses méritos alcançados. Mantenha ela no bloco de notas do celular para que esteja sempre acessível.

E, no fim das contas, impostoras ou não, estamos atuando neste grande palco da vida. Com consciência e prática, somos capazes de fortalecer a nossa autoconfiança. Assim fica mais fácil superar qualquer desafio que a vida nos apresente.

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