Meu dinheiro, minhas regras
Dicas de como se organizar financeiramente
“Não deixe o cartão de crédito perto de uma mulher“. “A mulher não veio ao mundo, veio às compras“, e por aí vai. Sabemos que os estereótipos mudam de acordo com o recorte social, mas muitas mulheres já ouviram pelo menos uma vez alguma dessas frases ou uma variação delas.
Aliás, também somos estimuladas a consumir (e cobradas) o tempo todo. Por exemplo: maquiagem, rotinas de cuidado com a pele e com o cabelo, roupas, acessórios, sapatos, decoração, redes sociais, etc. Tudo isso afeta nossos hábitos e desejos. E isso é um dos motivos do porquê é diferente falar de dinheiro com mulheres.
Do esteriótipo à história
Existem razões históricas para que nós, mulheres, estejamos menos imersas no mundo das finanças do que os homens. Você sabia que só em 1962 as mulheres puderam ter um CPF no Brasil? Ou seja, não faz nem 70 anos que as mulheres brasileiras podem ter uma conta bancária nos seus nomes, alugar uma casa, entre outras coisas.
Isso é extremamente importante para entendermos porque, apesar de isso soar estranho, é tão recente a ideia de que uma mulher possa ter independência financeira sem que isso dependa de um marido/pai. Estamos há muito menos tempo não apenas no mercado de trabalho, como também no sistema bancário. E, consequentemente, no mercado de investimentos.
E a cereja do bolo: também somos muito influenciadas pelas expectativas sociais sobre nós. E sabemos que a expectativa sobre as mulheres é bem diferente da expectativa sobre os homens quando o assunto é dinheiro. Historicamente, eles recebem muito mais essa pressão para ganhar e guardar dinheiro.
Afinal de contas, isso está até mesmo atrelado à ideia de masculinidade nos dias de hoje. Essa conversa ainda vai levar muitos anos pra desconstruir os conceitos da masculinidade tóxica em que o homem deve ser o provedor, “infalível”. Mas isso é assunto para outro texto.
Saiba quais são suas prioridades
Bom, agora que ganhamos nosso próprio dinheiro e somos donas dos nossos narizes, precisamos falar sobre como gastá-lo da melhor forma. Assim, poderemos ter um patrimônio sustentável para o futuro.
Cada uma tem as suas prioridades, cada uma sabe o que lhe traz mais felicidade e, portanto, sabe como deve gastar e investir seu próprio dinheiro. O importante é ter claro o que é prioridade para você, o que não é (que é tão importante quanto).
Dessa forma, você pode montar um orçamento que faça sentido com essas prioridades e com isso conseguir comprar o que quiser sem peso na consciência. Ao mesmo tempo, poupar e investir regularmente porque você já decidiu com o que não vai gastar.
E, sim, essas prioridades podem envolver roupas, sapatos, maquiagem, mas também é importante que envolvam sua independência, aposentadoria e sonhos. Vai do seu autoconhecimento, dos planos para a sua vida, do que te dá prazer. Quando temos claro o que é prioridade, é mais fácil abrir mão de outras coisas que não são e fazer orçamento fechar no fim do mês.
Nós duas, Vic Giroto e Aninha Baraldi, somos criadoras do projeto Invista Como Uma Garota. Ao longo dos próximos meses estaremos aqui no blog da Maria Filó para falarmos sobre todas essas questões que envolvem a nossa relação com dinheiro. Vamos lá?