Do fundo do mar

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Como já contamos para vocês aqui, a dieta mediterrânea faz da Itália um dos países mais saudáveis do mundo quando o assunto é gastronomia e nutrição. E o peixe é um dos principais responsáveis por isso. Sua carne é uma excelente fonte de proteínas, ômega 3, vitamina D, cálcio, ferro, iodo, fósforo, potássio, vitamina B12, entre outros nutrientes importantes para a saúde do coração, tireoide, ossos, cérebro, músculos e células sanguíneas por exemplo.

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Os peixes, além de nutritivos, são leves, saudáveis e no geral magros. O pescado de carne branca contém baixo teor de gordura e são de fácil digestão, por isto indico seu consumo regular, de preferência de 3 a 4 vezes por semana. Já os peixes coloridos como atum, salmão e bacalhau são ricos em ácido graxo ômega 3, que é um tipo de gordura essencial com ação anti-inflamatória e extremamente saudável para o coração mas que agrega em calorias e pode pesar na digestão de pessoas com o estômago sensível.

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Os frutos do mar (camarão, ostra, lagosta, siri, mexilhão, lula e polvo) também são magros e excelentes fontes de proteínas, ômega 3, minerais (fósforo, potássio, zinco, iodo, selênio) e vitaminas, principalmente as do complexo B, C e D. Porém entre 3 e 5% da população brasileira apresenta algum tipo de alergia aos frutos do mar e, nesses casos, seu consumo deve ser evitado. Para os não alérgicos, o cuidado se limita à questão do colesterol, já que esse grupo possui um elevado teor. Outro aspecto negativo é a presença de purina, principalmente no camarão, que pode levar a um aumento do ácido úrico (metabólito tóxico) no organismo. Ou seja, o consumo dos frutos do mar, dentro de uma dieta equilibrada, sem excessos na quantidade e na frequência, não trará riscos para a saúde. Eu recomendo limitar o consumo de camarão, lagosta, siri, ostra e mexilhão para 2 vezes ao mês. Já a lula e o polvo podem ser consumidos até 2 vezes por semana.

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A preparação dos peixes e frutos do mar é fundamental para garantir seus benefícios. Por exemplo, se o peixe for à milanesa, vai ficar menos saudável porque o peixe frito contém gorduras prejudiciais ao organismo. Deve-se dar preferência portanto, às versões grelhadas, assadas, ensopadas, cozidas ou vinagrete.

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Um alerta importante é sobre a contaminação dos nossos mares por metais pesados, principalmente o mercúrio, que é prejudicial para a nossa saúde por sobrecarregar o fígado e atrapalhar o funcionamento equilibrado do organismo. Os peixes predadores (como os tubarões) comem outros organismos e absorvem os elementos contaminados que estavam em seu alimento. Por isto, peixes grandes costumam ter mais mercúrio, porque já se alimentaram de muitos peixes pequenos que, por sua vez, absorveram o mercúrio que estava no plâncton. Ou seja, os peixes que têm maior concentração de mercúrio são os que estão no final da cadeia alimentar, portanto, é importante evitar peixes como panga, cação, anchova, tubarão, cavala, garoupa, tainha, tucunaré, robalo, peixe espada e camarão. Dar preferência aos peixes menores e de águas frias e profundas como sardinha, arenque, truta, linguado, pintado, pescada, tilápia, abadejo e salmão.

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Apesar de a contaminação dos mares ser uma realidade, ainda é mais seguro consumir os peixes selvagens, ou seja, criados em seu habitat natural do que os criados em cativeiros como salmão e tilápia vendidos no Brasil. Isto porque os criadores de peixes costumam abarrotar os tanques com peixes em condições de higiene duvidosas, e os alimentam com farinhas, corantes, gorduras e antibióticos para crescerem rápido e gerar mais lucro. Esses peixes podem causar problemas de visão e alergias como também câncer e toxicidade segundo estudos recentes.
Resumindo: sabendo escolher, peixe é tudo de bom para a saúde!