Maria Filó Blog | Dicas e Inspirações de Moda
  • Facebook-2023
  • Instagram_2023
  • Spotify_2023
  • Pinterest_2023
  • Youtube_2023
  • Tik-Tok

Crônicas de amor: 3 escritoras falam sobre como é senti-lo

O amor é um sentimento único e pode ser representado de várias formas. Para marcar o Dia dos Namorados, convidamos três escritoras para transbordar muito amor em palavras, em formato de crônicas. Portanto, queremos que você se deleite com cada linha, verbo e energia do texto de cada uma. Afinal, amar é sentir que ele está em todo lugar, quando estamos acompanhadas por alguém, quando brindamos à nossa própria companhia.

As palavras de Ryane Leão, Paula Gicovate e Olivia Nicoletti te levarão por caminhos onde o amor é quem guia todos os passos. A afeto é quem segura sua mão e te leva para viver jornadas inesquecíveis. Mas claro, estamos falando de amores possíveis, nada de romances de conto de fadas. Então, permita-se sentir toda o que as palavras de mulheres potentes e repletas de amor também para dizer.

Ryane Leão

Ryane Leão é poeta bestseller e professora cuiabana que vive em São Paulo. Publica seus escritos na página Onde jazz meu coração, com mais de 630 mil leitores. Tudo nela brilha e queima é seu primeiro livro, lançado pela Editora Planeta em 2017, e vendeu mais de 60 mil cópias.

Mas também pela Editora Planeta, a autora participou da antologia Querem nos calar, que reuniu quinze poetas de todas as regiões do Brasil. Além disso, em 2019 lançou seu segundo livro “Jamais peço desculpas por me derramar”. É fundadora da Odara – English School for Black Girls, escola de inglês afrocentrado para mulheres negras. Por fim, Ryane é do axé, filha de Oyá com Ogum e só sabe existir sendo ventania por aí.

Além de escrever sobre amor, Ryane também respondeu a algumas perguntas sobre o tema. Afinal, o que será que alguém que fala tanto sobre o tema pensa sobre relacionamentos e suas peculiaridades. Por isso, leia o que ela falou sobre:

Crônicas de amor

Afeto é cura

e alguém me perguntar hoje o que é o amor
vou dizer que é trocar estrelas
galáxias inteiras constelando juntas
partilhando o infinito
preparando a casa de dentro
pra dançar, expandir e acolher
o afeto também é algo muito parecido
com fé:
não andar só
se alguém me perguntar hoje o que é o amor
vou dizer que é estar disposta a aprender sobre a leveza
concentrar os sentidos no agora
não mais habitar passados de dor
baixar escudos e erguer olhares fundos
trazer conforto para o colo se aconchegar
nas existências que juntas toparam
abraçar a loucura da vida
deixar escorrer aquele riso guardado
que agora se sente seguro pra fluir
e se alguém me perguntar mais uma vez
vou dizer que é cultuar cumplicidade
distribuir coisas boas tanto na queda quanto na subida
e também no meio de todos esses processos
aprender a ser natureza
e celebrar esse encontro
acima de tudo, celebrar
e relembrar:
amor não é promessa

é cura.

Paula Gicovate

Paula Gicovate é escritora e roteirista para cinema e TV. Já escreveu roteiros de programas como Esquenta e Melhores Anos das Nossas Vidas para a Globo, Desnude e Homens são de Marte para o GNT e é criadora da série Só Garotas do Multishow.

Além disso, lançou em 2014 Este é um Livro Sobre Amor, seu terceiro livro e primeiro romance pela Editora Guarda-Chuva, que foi traduzido e publicado na Espanha em 2016. Mas antes vieram as coletâneas de contos Sobre o Tudo que Transborda e D4. Por fim. em 2021 seu livro “Este é Um Livro Sobre Amor” será adaptado para série de TV e seu próximo romance será lançado.

Entre plot twists amorosos e textos com muitas vírgulas, Paula nos contou um pouco mais sobre sua visão de amor. Afinal, nunca é demais falar sobre o tema.

Nós.

Segredos escondidos. Planos de dominação mundial. Cumplicidade de edredom. Voz no silêncio. Suspiros. Raiva. Você pensa em mim no futuro?

“Aonde você for eu vou ao lado”

Nós.

Plural, duplinha, mãos dadas. O outro lado do fone de ouvido. Playlist secreta. Piadas internas. Apelidos que não fazem sentido algum para o resto do mundo.

Nós contra o resto do mundo. Nosso pequeno universo, nossa caixa, nosso quarto, nosso bunker.

Nós e a minha dúvida do quanto o amor dura. Essa minha ideia de que amor é algo comestível, suculento, a melhor refeição da sua vida, mas com o tempo embolora.

Como faz pra continuar junto por muitos anos, ainda se amando, ainda cultuando essa seita secreta que eu chamo de “nós”?

Não te contei, mas ando com uma obsessão de querer saber isso dos casais que também são “eles” há muito tempo. Quero aprender pra te ensinar.

Nós e essa minha teimosia em insistir no amor mesmo com tantas cicatrizes de guerra espalhadas pelo meu corpo.

Você nem questiona quem as fez. O que te importa é esse meu pequeno pedaço de carne que ainda não tem nenhuma marca. É pequeno. Mas é fértil.

Você sussurra no meu ouvido que “dessa vez vai ser diferente” e eu seguro nas suas mãos com essa fé cega que na verdade é pura teimosia.

Dessa vez vai ser diferente.

 

Olivia Nicoletti

Olívia Nicoletti tem 30 anos, mora em São Paulo, é jornalista, além de uma escritora de mão cheia. Já passou por redações de Vogue, Marie Claire e Estilo e hoje mantém um projeto de prosas poéticas no @__olipop.

Introduções à parte, vimos que Olivia também é boa de prosa. Por isso, tivemos um bate-papo rápido com ela. Afinal, falar de amor é mais simples do que pensamos, apesar do sentimento ser carregado de intensidade e complexidades. Mas será que ela conseguiu simplificar um pouco o que o amor representa para ela? É isso que veremos a seguir:

Fita métrica

voltamos três casas no tabuleiro

de tudo o que anda pra frente

porque estar no presente faz

bem mais sentido que antes ou

depois dele, ainda piso firme com

um pé só antes de caminhar

bípede – tateio, prendo o ar. te

peço pra namorar comigo todos

os dias: no acordar, jeito de sorrir

com os olhos, mordida que não

dói, até escrevi e escondi bilhete,

que é pra acostumar com a ideia

de alterar a conjugação verbal do

singular pro plural. […]

[…] na contramão de todas

as perspectivas imagináveis

você me diz sim e de novo e outra

vez, sinto cada bolha inventada

que sai pelo meu nariz enquanto

vou mais fundo nesse mergulho

intenso que combinamos de viver.

mantenho sempre em vista aquela

fita métrica pra não deixar se perder

o tamanho dos envolvidos sentimentos

tantos, inexplicáveis. confundo

estrela cadente com vagalume, mas agora

ignoro os três graus da miopia e

enxergo bem melhor no escuro –

mudar uma forma dolorosa de gostar

não precisa ser desespero, não. […]

[…] amor, aprendi com a convivência,

é construção. te escrevo com os pés

encostados no quente do teu corpo:

sinto uma paz enorme dentro da

caixa torácica por te saber no mundo.

reparo de novo; te acho tão bonito.

 

Palavras finais

Por fim, se o amor está em todas as coisas, pessoas e momentos, nas palavras, é onde se encontra sua versão mais sem filtro, mais direta. Então, desejamos que não falte palavras bonitas, que abraçam, que te deem um tapinha nas costas e te falem que o amor é uma coisa boa. Até porque, amar é tarefa diária, prática que exige dedicação. Mas como muitas outras atividades, não faltam recompensas e sorrisos.

Mas amor só existe se é compartilhado com o outro? Não, ele existe de várias formas, acredite. Portanto, não deixe passar as oportunidades de se amar mais, amar que está perto, quem está longe. Ao final do dia queremos apenas lembrar do que foi bom. Então, declare amor para si mesma, para quem você admira, cozinhe, prepare um drink especial e desfrute o momento. Afinal, amar é urgente! Por isso, cerque-se de bons sentimentos e ame!

 

compartilhar post

MARIA FILÓ © 2024 Todos os direitos reservados.