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Elemento ar: mulheres que são um furacão

Ilustração: Camila Contreras

Quem concorda, respira

Estar com a cabeça nas nuvens não devia ser um comentário crítico a ninguém, pensa bem: existe lugar mais amplo, arejado e refrescante pra deixar pousar seus pensamentos? Quem concorda, respira.

E por falar em respiração, bem vindos: o ar é mais um dos quatro elementos. E hoje é o muso indomável e imprevisível dessa série de crônicas. Não se engane sobre sua aparente inexistência ou pouca expressividade. O ar é só o mais misterioso dos elementos, mas ele é tão presente quanto fundamental. É ele que nos mantem vivos e, mesmo invisível, pode acreditar: ele está no meio de nós – sim, qualquer descrição do ar, por mais científica que seja, sempre soa como um texto espiritual.

A gente só percebe o ar quando sente a falta dele. A gente só se acalma quando deixa ele fluir até encher nosso peito e desacelerar a ansiedade. É, pensando bem, o ar opera sim os seus milagres.

Viver mais é de graça

 

E não são poucos milagres: a julgar pela simplicidade do mecanismo da respiração – que afinal é só deixar o ar entrar e sair do nosso corpo – é fácil não dar muito crédito aos efeitos daquele inspira/expira feito no capricho. Os yogis já martelam isso há milhares de anos, mas a medicina convencional cada vez mais engrossa o coro: algumas técnicas de respiração são capazes não só de acalmar as ideias e nossos monstrinhos internos, como aumentar a qualidade do sono, da digestão, da saúde cardíaca e, juntando isso tudo, da própria expectativa de vida. Nada mal, pra um recurso tão acessível e de graça, né?

Uma carreta chamada furacão

 

 

Os signos regidos pelo elemento ar são: gêmeos, aquário e libra. Pra quem tá mais distraído ou só deu uma olhada rápida, é fácil associar esses signos com aquela personalidade mais soltinha, fluindo leve, amante da liberdade e da fruição. Aquele tipo de gente que veio com o chip do “aprecie com moderação” de fábrica. Mas calma.

Apesar de toda essa brisa, pro tempo virar não custa nada. Afinal, a volatilidade é a especialidade da casa. Lembre-se que essa é justamente a galera com o maior talento pra “soprar, soprar até sua casa desabar”, já dizia o clássico infantil. Por trás desse clima suave na nave, não se surpreenda se der de cara com a carreta furacão.  Então, vamos lembrar que o ar não é só o que usamos pra soprar um beijo de longe, apagar a vela do bolo, curar machucado ardido, abanar o pescoço no calor.

Ele é também o ingrediente de excelência das destemidas caravelas que atravessaram o mundo e dos moinhos que desafiaram Don Quixote. Isso sem falar nos tornados, ressacas no mar e tempestades de areia – ou seja, convém não contrariar.

Segundo os entendidos no assunto, esses signos se destacam pela inteligência, capacidade de observação, extroversão e independência. Numa tradução livre, adoram botar a cara na janela, sair emendando um programa no outro. Se espalham nas diferentes bolhas na maior facilidade e são ótimos de contar e ouvir história – nem que seja a da mesa vizinha no restaurante. E não é nem pela fofoca. O que eles curtem mesmo é a antropologia amadora.

Estar entre humanos é um prato cheio para os que têm o ar como elemento regente. Porque eles sempre dão um jeito de sobrevoar a experiência humana. De contemplar do alto, sem precisar aterrissar.

Menu e mala: experiências de sofrência

É essa extensa milhagem como observadores que garante a eles, aparentemente, a boa reputação de equilíbrio e ponderação. É que os regidos pelo ar tendem a ser analíticos, sociais e cerebrais. Mas (e sempre tem um mas), o lado crítico dessa habilidade de olhar a vida na sua amplitude é justamente perder um pouco do foco e… sim, ficar meio aéreo, meio viajandão.

Ou, pior que tudo: viver um drama a cada tomada de decisão. Alguém aí já acompanhou a saga de um libriano negociando com o garçom as alterações no seu prato? Ou a novela de um geminiano fazendo uma mala da viagem de final de semana? É sofrência garantida. Para além do terreno zodiacal, no inconsciente coletivo, pensamos em ar e imediatamente experimentamos a sensação de leveza e expansão. Amamos cenas de avião decolando, saltos de asa delta e rasantes de gaivotas.

Me arrisco a dizer que, mediante o prognóstico de tombos garantidos, a única coisa que nos faz aprender a andar de bicicleta quando somos crianças é a recompensa de sentir o vento no rosto – sensação que continuamos perseguimos vida acima e ladeira abaixo.

Leia também as crônicas do elemento água e fogo.

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